Ano novo. O tempo empilha dias como... Leonardo R. Pessoa
Ano novo.
O tempo
empilha dias como quem constrói algo.
No calendário, há um rumor divino,
intervalo entre o que fomos
e o que fingimos ser. Fim.
O ano velho, cansado e curvado,
esconde no bolso sua última promessa,
deixa sobre a mesa o peso dos sonhos,
riscados por mãos que tremem.
Meia noite.
No salto do instante que vira página,
nos descobrimos novos,
ainda que usados. Recomeços.
No limite do voo,
não há destino:
apenas um céu que ainda não sabemos ler.