EPÍLOGO DO BARDO Seresteiro... Broliani
EPÍLOGO DO BARDO
Seresteiro solitário da emoção,
De cantilena rude sem melodia,
Nas duras letras de sua autoria,
Doa histórias puras em canção.
Sem harmonia arranha o tom,
Porém continua o seu cantar,
Na fantasia de ser seu o dom,
Poemas tristes insiste entoar.
A pena ou lápis é seu florete,
Amareladas folhas seu Coliseu,
Inapto vocábulo é seu verbete,
E na esgrima inábil padeceu.
Sentindo a vida que se extingue,
Pelo golpe que lhe feriu o peito,
Faz poesia escorrida em sangue,
Pois dos versos a morte é o leito.
Em canto de dor serás esquecido,
E linhas de vida no tempo sumirão,
Mas se de alguém tocou o coração,
És a razão... de ter o poeta existido!
Claudio Broliani