Tinder: o Cardápio Humano Deslize... Bárbara Swthel
Tinder: o Cardápio Humano
Deslize para esquerda, desprezo banal,
Deslize para direita, um toque tão raso e virtual.
Somos fotos, permissão, breves menções,
Corpos que competem por rápidas atenções.
Cardápio humano, desfile de rostos,
Desejos filtrados por algoritmos postos.
Quem somos, afinal, além do sorriso?
Máscaras perfeitas num jogo impreciso.
Superficialidade na palma da mão,
Emojis substituem o coração.
Conexão dupla, laço fugaz,
Como se o amor fosse algo que se fizesse.
O dedo deslizou, a alma não sente,
a Humanidade virando produto, indiferentemente.
Vazios preenchem vazios alheios,
Sem reflexo das telas, só espelhos.
E se, ao invés, parássemos para olhar,
além da carcaça, tentar enxergar?
Não somos cardápios, não somos fast-food,
Somos histórias, mundos a serem ouvidos.
Deslize pra dentro, mergulhe em si,
A cura talvez comece aí.
No silêncio do toque, na troca real,
Onde o amor não é deslize, mas algo vital.