A Crise da Família na Sociedade... Fluxia Ignis
A Crise da Família na Sociedade Moderna
A família largando tudo que é seu por direito e caminhando sem noção rumo à sua destruição. A padronização imposta pela sociedade implantou um sistema que, disfarçadamente, causa a desmoralização dos pais e o fracasso da família. O aumento significativo dos problemas de comportamento das crianças e adolescentes é resultado da organização social.
A criança se molda no comportamento dos pais como uma cópia fiel. Porém, a sociedade, da forma como está organizada, não permite aos pais esse desenvolvimento familiar natural. Antes mesmo de começar a andar, a criança precisa ir para creches ou outro cuidador, abortando o processo da formação do caráter. Em muitos casos, até os direitos do aleitamento, que é a vacina natural e o vínculo do amor incondicional, são interrompidos, causando desarmonia emocional.
Os pais saem cedo para trabalhar, sem o direito de aproveitar as delícias da infância, porque no trabalho não podem faltar de jeito nenhum. Apenas um desconto no salário tira o direito até de comer, e isso uma criança não pode entender!
Dos senhores feudais para os senhores do mundo moderno, transformaram o mundo das crianças em um inferno. Adolescentes se transformaram em vagabundos, na mira de policiais e guardas municipais que não pensam antes de acusar. Tiraram o direito e a esperança dessa criança quando a separaram de seus pais por conta de uns míseros reais.
Agora, os pais estão cada vez mais distantes da estabilidade. A sociedade usurpou a realidade, colocando-os na condução de lotação, em horários apertados, sem condição básica para viver com folga, nem para o lazer. O crescimento na carreira acabou, e o objetivo da mão de obra foi substituído por obra terceirizada. Subir em graus por esforço foi trocado por leis que só beneficiam nobres reis.
Na situação criada pela sociedade capitalista, falta para os pais, além do tempo, também o dinheiro. Nessa sociedade, família pobre não tem vez; recebe uma ração diária simplesmente para sobreviver. Os sonhos viraram pesadelos, assombrados pelas frustrações limitantes que deturparam a beleza da vida, abolindo de vez o aconchego do lar e afastando cada vez mais os filhos dos pais.
O ser humano não tem mais valor; começam de baixo e em baixo vão ficar, para não ter tempo de pensar e assim, serem descartados, vivendo com descaso, sem vínculos sociais. Os adolescentes precisam de muita atenção, mas a sociedade os deixou órfãos, sem direitos, são julgados e muitos condenados. Presos nas cadeias da ignorância de uma sociedade que vive uma miopia consciencial, incapaz de enxergar a beleza da vida real.
Sozinhos, sem apoio, fazem amizades com quem oferece uma oportunidade que pode custar a vida. A limitação oferece a eles a opção de se entorpecerem para não sofrer; é preferível a ilusão a encarar a dureza que encurrala, sem opção de escolher como preferem viver.
A sociedade volta a fingir se importar e, novamente, para ajudar, não dá outra opção senão integrar o adolescente ou jovem adulto na lista da saúde mental. Agora ele vai ficar na fila de um hospital, cujo único interesse é manipular para o dinheiro entrar. Afinal, é ele que movimenta a conta dos governantes e faz crescer a indústria farmacêutica, que distribui as drogas que controlam a população a um preço bom, mantendo o padrão tudo igual: o Abobado Social.