Estava pensando em quantas versões... Day Candido
Estava pensando em quantas versões de mim existem por aí… Cada pessoa que você perguntar sobre quem sou terá uma resposta completamente diferente. E sabe por quê? Porque eu mudo, porque eu reajo, porque eu sou uma coleção de experiências. É difícil, às vezes, me definir sem esconder as partes menos atraentes. Mas eu nunca as deixo de fora, porque são justamente essas partes que me moldaram, que me ensinaram e que me tornaram quem eu sou hoje.
Sempre mergulho de cabeça em tudo o que faço, em todas as relações que construo. Nunca começo algo sem dar o meu melhor, sem oferecer minha confiança, sem acreditar genuinamente nas pessoas. Mas, quando machuca, quando abuso ou traição vêm, a pessoa descobre outra versão de mim: não quem eu verdadeiramente sou, mas aquela que reflete exatamente o que recebi. Não é vingança, não se engane, mas uma lição. E, ainda assim, aprendi a duras penas a não sangrar em tanques de tubarões. Hoje, só quem realmente importa sabe onde eu sangro e onde eu me curo. E sabem que posso ser cura também.
Já vivi o que muitos achariam impossível: superei abusos físicos, psicológicos e emocionais, que as palavras corretas aqui, retirariam esse texto do ar.
Passei pela pobreza, pela depressão, por um câncer, pela obesidade e por diagnósticos que tentaram me limitar. Me vejo tendo que me esforçar 3 vezes mais por resultados que uma pessoa com dedicação mediana conseguiria.
Me vi como mãe solo, por escolha, enfrentando o mundo de frente. Tive desilusões amorosas que quase me quebraram por completo. Caí, mas levantei todas as vezes. E aqui estou, prestes a concluir minha graduação, um sonho que precisei pausar tantas vezes por conta dos percalços da vida.
Resiliente: essa é a palavra que me define. Não importa o que eu enfrente, não importa o que digam ou o quanto tentem me parar, minha força interior nunca será tirada de mim, porque foi moldada também pelas decepções, mas aperfeiçoada com uma relação muito próxima de Deus.
Hoje, sou grata a Ele por tudo – até pelas dores que me fizeram forte. Porque, no final, não há nada mais poderoso do que alguém que já venceu o que para muitos, teria desistido há tempos e se entregado a sorte.