"Onde a Esperança... Rô Montano

"Onde a Esperança Ressuscita"
Há um instante no ano em que o tempo parece se ajoelhar.
As ruas se enchem de flores, as casas, de símbolos; os corações… de memórias.
É a Páscoa chegando — não como data, mas como travessia.
Porque a Páscoa, para os que sentem com profundidade, não é uma celebração externa.
É um chamado silencioso.
É quando a alma se vê diante do espelho da cruz e, entre feridas e silêncios, decide renascer.
É preciso morrer um pouco para compreender.
Morrer para o orgulho, para a vaidade, para os gritos mudos que nos prendem às dores de sempre.
E então...
no mais íntimo breu da alma, acende-se uma luz:
pequena, quase imperceptível — mas viva.
A pedra do túmulo é removida todos os dias em que escolhemos perdoar,
em que deixamos o passado descansar,
em que olhamos para o alto e sussurramos:
"Estou aqui, ainda frágil... mas disposto a recomeçar."
A magia da Páscoa não está nos rituais,
mas no mistério que pulsa dentro de nós:
essa capacidade divina de florescer onde parecia haver fim.
Esse milagre cotidiano de transformar dor em compaixão,
ausência em fé,
morte em vida.
Páscoa é isso:
um renascimento contínuo.
Uma esperança tecida em silêncio.
Um Cristo que não está mais no túmulo...
mas habita o coração de quem se permite, a cada dia,
ser terra fértil para o Amor.