"Solitude e Amor: Dois Abismos em... Rô Montano

"Solitude e Amor: Dois Abismos em Mim" Gosto de me perder na minha solitude, não por fuga, mas por essência. Há um eco de eternidade no silêncio, um v... Frase de Rô Montano.

"Solitude e Amor: Dois Abismos em Mim"

Gosto de me perder na minha solitude,
não por fuga, mas por essência.
Há um eco de eternidade no silêncio,
um véu de mistério sobre a existência.

Meu amor é vasto, intenso, sem margens,
mas não me basta apenas o abraço.
Preciso do vazio que em mim ressoa,
do abismo onde me refaço.

O amor me chama, doce e urgente,
mas há em mim uma terra indomada,
onde os ventos sussurram segredos
e a alma dança na madrugada.

Não é recusa nem indiferença,
é sede de algo que não se explica.
O amor me habita, mas a solitude
é a estrada onde a alma fica.

Sigo por dentro de mim mesma,
onde a noite se debruça infinita,
onde o tempo se curva em silêncio
e a ausência me serve de escrita.

Há um oceano que me separa
entre o ser livre e o ser abrigo.
O amor me envolve como asas,
mas a solitude é meu destino antigo.

Nessa dualidade, me faço eterna:
metade entrega, metade ausência.
Amo sem bordas, mas me pertenço,
sou vastidão e pertença em cadência.

E, quando volto ao abraço amado,
sou mais inteira, mais branda, mais minha.
Pois só quem se perde na própria sombra
descobre onde a luz se aninha.