⁠⁠Eu era como uma plantinha frágil,... Branca de Neve

⁠⁠Eu era como uma plantinha frágil, tímida, que crescia no lugar árido do seu coração.
Toda feliz, eu lancei as minhas raízes ao redor para me fortalecer nesse solo, mesmo sabendo que o alimento poderia ser dosado, mas eu não me importava, porque era o meu novo lar.

Com o passar do tempo, fui crescendo e trazendo luz, iluminando até os espaços mais distantes da minha nova casinha.

Às vezes, você arrancava uma folhinha, talvez sem perceber… talvez para testar se eu ainda ficava. E eu ficava, mesmo com a dor de cada pedaço perdido, eu me refazia em silêncio, com a esperança de que um dia você também florescesse.

Mas o que eu não sabia, é que plantar-se em solo que teme a luz é correr o risco de ser sufocada pelo medo.
Você confundiu minhas folhas com invasão, minhas flores com fragilidade, meu amor com peso.

E então… ao invés de regar, você começou a se afastar.
A sombra voltou, e a minha luz começou a se recolher.

Hoje, eu entendo: eu fui raiz onde não havia espaço, e luz onde a escuridão oculta ainda permanecia.

Mas isso não me fez menos planta. Aprendi que até a mais doce semente precisa que o jardim queira vê-la florescer.