Sob os arcos quebrados da mente, uma... Fabrício N Ferreira

Sob os arcos quebrados da mente,
uma tempestade uiva, faminta, feroz.
Correntes elétricas dançam nos nervos,
os demônios abrem portas que nunca fechei.
A ira cintila como aço em lâminas finas,
a dor entalhada em ossos como runas de ferro.
Ecos de gritos rasgam o silêncio da carne,
uma orquestra brutal de desespero visceral.
O coração, um tambor torturado,
bate no compasso de desejos caóticos.
A alma, um pergaminho carcomido,
assina seu nome em sangue e sombra.
Oh, cosmos negligente!
Deixe este fogo consumir o que resta,
deixe as cinzas deste espetáculo cruel
sopradas para longe pelos ventos do esquecimento.
Mas mesmo nas ruínas, algo rasteja,
voraz, faminto, indomável.
Uma fera sem rosto, sem remorso,
e seu nome é meu.