Mês de junho: O Homem, Sua Arte e... Rama Amaral
Mês de junho: O Homem, Sua Arte e Sua Caminhada no Meio Ambiente ao Longo dos Tempos.
As primeiras manifestações artísticas foram feitas com o uso das mãos, isso há milhares de anos, lá na Pré-história. Foi nesse período que o homem, às suas necessidades, lascou e lapidou a pedra. Foi nas rochas (cavernas) que ele deu vida à pintura, pela pintura ele também manifestou comunicação, crenças, ações do cotidiano, sua visão de mundo. Foi com o uso da pedra que ele esculpiu sua “Vênus” . Ainda nesse período, o homem confeccionou armas, descobriu o fogo, o metal, a agricultura, a escrita...
Todavia, foi também nesse período que aconteceram as primeiras mudanças climáticas, as primeiras revoluções agrícolas e urbanas. Idem, agora necessariamente o homem já fixava moradia, principalmente nos lugares férteis, nas margens dos rios, por exemplo. Era o homem em ação, se agrupando mais, ocupando espaço, explorando o meio ambiente por uma vida melhor e menos nômade.
Gradativamente o homem caminhava para as primeiras civilizações, revoluções, guerras. Ora, diante desse caminhar, naturalmente ele precisava manter as sociedades, precisava, portanto, de mais espaço, de mais moradia, de mais riqueza, de mais alimento da natureza... Ele necessitava de explorar o meio ambiente, de usar os rios, os animais, de escravizar seus semelhantes, de tocar fogo nas florestas...
O homem gradativamente vai interferindo no meio ambiente, nas mudanças climáticas, na camada de ozônio, na vida, vai gerando lixo, contaminando o solo; vai gerando progresso, novidades, ciência, invenções; vai despertando curiosidades, criando coisas, oportunidades; vai fazendo casas, igrejas, pontes, castelos, (arquitetura)... O homem vai fazendo arte!
Definitivamente o homem quer dominar a terra, não por acaso inventa um deus, ou deuses, pra disfarçar um pouco. Contudo, como existe o contraditório, há os homens e mulheres que não aceitam isso como se fosse uma lei absoluta do universo. Claro, não foi apenas por causa disso que apareceram alguns loucos na vida desse nosso meio ambiente, foi também por causa dos seus talentos, da necessidade de se expressarem.
Refiro-me a Galileu Galilei; a Copérnico; a Shakespeare; a Davinci; a Michelangelo; a Caravaggio; a Donatello; a Mozar; a Shopin; a Botticelle; a Monet; a Godin; a Van Gogh; a Picasso; a Di Cavalcante; a Portinari; a Anita Malfati; a Tarcila do Amaral; a Carolina de Jesus; a Cora Coralina; a Bob Marley; a Edson Gomes; a Guilherme Arantes, a Luiz Gonzaga, a Burle Marx... Ora, refiro-me aos loucos que fazem arte e loucos que fazem da arte, instrumento de educação e denúncia sobre as consequências desenfreadas do uso da terra, do maio ambiente, da vida. Refiro- me a arte negra, a arte indígena, a arte parda, a arte branca, a arte amarela, a arte poética, a arte ficcionista, a arte cinemática, a arte teatral, a arte dançante. Refiro- me a qualquer manifestação artística, a qualquer artista. Refiro-me a qualquer ambientalista, ativista. Refiro-me sobretudo a Chico Mendes.
É evidente que na contemporaneidade há acertos, belezas e fundamentos inquestionáveis da necessária ação humana ao longo dos tempos, embora o homem não tenha, ainda, se humanizado, talvez por isso, a maioria dos bilhões dessa espécie, não aprendeu ainda que são, também, animais e como rios e árvores, não especifica e anatomicamente como uma árvore ou um rio, até porquê no dia que pelo menos dez por cento dessa espécie pensar assim, certamente haverá mais respeito e preservação da natureza, dos animais e do próprio homem.; ou seja, acontecerá a humanização, o respeito ao meio ambiente, a preservação da vida. E se isso acontecer, o homem que na pré-história foi bruto, embora evoluiu culturalmente, mas permanece com certos erros, tenham certeza de uma coisa: a vida se lapidou à arte, pois quem faz arte expressa, educa, preserva e inspira a vida.
Rama Amaral