Esquizóide, oral, psicopática,... Nina Preussler
Esquizóide, oral, psicopática, masoquista rígida
Parece que as coisas na minha vida se movimentam nas segundas-feiras, ok a mensagem veio no domingo mas eu somente vi na segunda.. ahh te confesso que esperei por esse dia chegar, aliás eu tinha certeza que chegaria! Como uma grande "expert" da sua vida eu sabia mesmo que inconscientemente seus passos, uma visualização de storie uma mensagem no direct, e cá estou eu de novo.
Como é bom falar com você! Como é bom ouvir sua voz anasalada, como é bom ver seu nome nas notificações. Mas você está diferente, não é mais o meu Nino, te machucaram, tiraram o brilho que você tinha nos olhos, o sabor que tinha da vida, tiraram a sua essência, aquilo que te fazia ser especial.
Eu tentei te avisar que o mundo aqui fora é cruel, eu tentei te proteger, queria muito te guardar em um potinho e impedir que te fizessem mal, mas não posso, não pude, foi escolha sua. Hoje eu tenho um caquinho, um pedacinho que sobrou do meu menino, que nem é meu e que nem posso cuidar.
Enquanto todos me dizem que foi bem feito, que teve o que mereceu e que eu não deveria perdoar, eu estou aqui tentando consertar o que não foi eu quem estragou, quem quebrou, quem decepcionou. Eu consegui da minha maneira claro, superar esse tombo na minha vida, eu me calei e me fechei para o mundo, apenas existindo e me ocupando para não sobrar tempo e espaço de pensar em você, na gente nos nossos planos.
Muita coisa mudou na minha vida, Deus se lembrou de mim e me presenteou, mudei de 'ares', tomei um rumo diferente antes inimaginável, tive o sabor de uma conquista, depois de 4 meses de tristeza, choro e escuridão.
Eu estou aqui, vivendo algo novo na vida, com você algo velho rsr claro, voltamos todas as casas do tabuleiro, tudo de novo e eu já vi esse jogo, já sei como termina, e isso não me assusta mais, me entristece, mas não assusta. Você cheio de questões, de dúvidas de medo, insensível, apático, no seu modo mais cru de ser! Confesso a você que gostaria muito de ser assim, isso resolveria boa parte da minha vida e eu já estaria vivendo a minha felicidade bem longe de tudo. Mas como posso ser assim se sou , oral, psicopática, masoquista, esquizoide e uma pitada de rígida? Eu queria muito poder te ajudar, queria muito estar ao seu lado e tirar toda a sua dor, queria ser essa mulher maravilha, ser suficiente, imprescindível. Como eu pude esconder toda a raiva, a amargura, o ressentimento para debaixo do tapete depois de apenas um simples: oie? Como eu posso dia após dia continuar orando por alguém que deixou bem claro que não sou eu? Como eu posso querer ajudar se não tenho quem me ajude?
Eu queria tanto que fosse diferente, queria que essa experiência fizesse você mais forte, te fizesse enxergar o que só você não vê, como eu queria que você fosse diferente. Aliás, você não, eu! Sinto que cada dia que passa é uma despedida, vejo o tempo passando bem na minha frente e não posso fazer nada. Você não deixa, construiu um muro impenetrável, que nem mesmo o som de 100 trombetas derrubariam, e para ser sincera, não estou afim de tocar, eu cansei, depois desse tempo todo eu desisti e isso dói mais que uma ligação de segunda-feira, que uma foto de casal no feed que não era meu, não era eu, de uma aliança que não era pra mim e de um pedido que eu não ouvi. Dói saber que nunca vai existir a gente, que eu queria tanto que fosse você, que eu lutei tanto para que fosse, mas não percebi que você não queria que fosse eu.
Oral, psicopática, masoquista rígida, esquizoide? não, apenas uma mulher que acreditou no impossível, que se apaixonou até pelos defeitos, e que amou até quando tinha que odiar.
Eu desisto do amor, entendi que ele não é pra mim, vai ficar aqui, guardadinho, transbordando mas vai ficar aqui, sonhando com o passado, com a saudade do que um dia a gente podia ter vivido.