Marginal Às margens profundas do meu... Gabriel Hayashida de Arruda
Marginal
Às margens profundas do meu ser, vagueio como um rio agitado sem leito. As palavras, como pesadas pedras, afundam no abissal silêncio impenetrável.
As pobres almas que toquei, como folhas secas outonais, desprendem-se e voam para longe. Desaparecem na bruma do cruel tempo.
Ó rio, sem rumo, sem destino, és espelho da minha própria existência.
Rio sou. E fluí.
Leva-me para além.
Que eu seja a folha seca que flutua em tuas correntezas, que se despede, e que o tempo, implacável, me leve para a outra margem.