"Amava, quando era a minha boca,... Wikney Edson
"Amava, quando era a minha boca, a tapar seus gritos.
Adorava os sussurros descuidados, ao pé do ouvido.
Me perco na lembrança, da dança de nossos corpos, onde com um único olhar, nossas almas se completavam e se ouvia até o pulsar dos corações, e os seus suspiros.
Eu e você, nós; meu eterno vício.
Sou viciado no gosto do beijo, no aveludar da pele e dos cabelos, cada fio.
Minhas palavras são súplicas, a quem me dera só suplício.
Não te apago da mente e mesmo que o fizesse; me apegaria a cada resquício.
Você fora o meu presente vindo dos céus, que do meu eu, jamais deveria ter partido.
Doeu-me na alma, torturado, vê-la indo.
Quando em seu abraço, foram as poucas vezes, que pude me aproximar do divino.
O castanho dos olhos, o desenho da boca, o negror dos cabelos, o conjunto da obra, dos desenhos do Pai, você é o mais lindo.
Saudades de quando me iluminava a vida, com seu sorriso.
Hoje, acordei atônito, na madrugada, pareceu-me ter te ouvido.
Não te olvido.
Hoje, pela madrugada, só lhe restou, em silêncio clamar por meu nome, pois infelizmente, não tens minha boca, para tapar seus gritos..." - EDSON, Wikney