Uma visão egoísta, conformado com... Olliber
Uma visão egoísta, conformado com palavras ditas por mim mesmo ao meu respeito, cheio de justificativas... Eu já errei muito, e paguei por todos eles. Estou quitado com a cobrança letal e inevitável da vida? Aquilo que chamamos de Lei do Retorno... Sim ou talvez não... Nesse processo todo, me feri demais, me machuquei além do limite. Inúmeras fendas foram criadas na minha mente e na minha alma. Eu não culpo ninguém, eu mesmo me causei isso.
Coisas importantes foram arrancadas de mim, eu amava tanto aquilo, o antigo eu. O EU na mais ampla acepção da palavra. Dos sentimentos, do cheiro das coisas, da razão pela qual eu caminhava, do medo, da dúvida, às vezes, nas minhas lastimáveis e desprezíveis tristezas, me pergunto: e se? E se as coisas tivessem sido diferentes? Mas eu, envolto no ego e nas coisas que conquistei, me apego à realidade e deixo as dúvidas ou incertezas no lugar que elas devem estar. É como uma porta fechada, que foi fechada talvez pelo destino ou por mim mesmo. Eu nunca irei saber, nunca irei ver o que poderia ter sido, ou o que poderia existir. E se talvez eu estivesse lá, eu estaria me perguntando o que tem do lado de cá... É complexo, é extremamente complexo. Eu me nutro disso, desse sentimento. Talvez eu ainda esteja apegado ao sentimento de querer ter tudo, tudo ao mesmo tempo, o doce e o amargo, o frio e o quente, tudo ao mesmo tempo. E não pode ser assim... Mas eu irei sempre me perguntar o que tem do outro lado da porta fechada... E disso eu nunca saberei... Eu tenho a necessidade disso, desse sentimento... As feridas foram profundas demais, e vai demorar muito até que esteja tudo completo e curado. Nutrindo-me disso, um fone com uma boa música, hoje eu quero simplesmente dormir.