⁠Ao pé do túmulo Eis o descanso... Auta de Souza

⁠Ao pé do túmulo Eis o descanso eterno, o doce abrigo Das almas tristes e despedaçadas; Eis o repouso, enfim; e o sono amigo Já vem cerrar-me as pálpebras cansa... Frase de Auta de Souza.

⁠Ao pé do túmulo

Eis o descanso eterno, o doce abrigo
Das almas tristes e despedaçadas;
Eis o repouso, enfim; e o sono amigo
Já vem cerrar-me as pálpebras cansadas.

Amarguras da terra! eu me desligo
Para sempre de vós... Almas amadas
Que soluças por mim, eu vos bendigo,
Ó almas de minh’alma abençoadas.

Quando eu d’aqui me for, anjos da guarda,
Quando vier a morte que não tarda
Roubar-me a vida para nunca mais…

Em pranto escrevam sobre a minha lousa:
"Longe da mágoa, enfim, no céu repousa
Quem sofreu muito e quem amou demais".

Auta de Souza Horto. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1910.