O Fim do meu Tudo. Colchas... Sávio Santiago
O Fim do meu Tudo
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Colchas desarrumadas,
Travesseiros ao chão,
Um bilhete mesa,
Tremor forte na mão,
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Leio e releio atento,
Vejo turvo, úmido e sofrido.
Não há mais um alento,
Não sou mais seu marido,
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E as juras, não eram eternas?
A juventude já me passou,
Mas viestes com suas pernas,
Nem afeto mais demonstrou.
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Será que tens outro alguém,
Por que me abandonaste?
Não valho mais que um vintém,
Um frio bilhete deixaste,
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A vida segue adiante,
Mas que vida, de quem?
Esse velho sofredor e amante,
Não quer mais ter outro alguém,
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Aos prazeres rasos me entrego,
Aguardente e meu cigarro,
Sem destino sigo e me levo,
A vagar com o meu carro.
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A menos notícias me dê,
Me faça entender por favor,
Ter certeza que não vou te ver,
Que acabou o eterno amor.