Ainda que a razão ultimamente... Jefferson Freitas.
Ainda que a razão ultimamente venha sendo cada vez mais atuante do que a emoção, não vejo dificuldade em reconhecer que uma surpresa romântica pode acontecer a qualquer momento, quando por um exemplo hipotético, numa noite de verão, dois universos se encontraram e se conheceram de uma maneira mais próxima e em pouco tempo desfrutaram de uma interação intensa, muito diferente das outras.
Parecia até que um esperava muito pelo outro sem saberem, sem nenhuma pretensão prévia de ambos, nada combinado, nascendo uma paixão genuína entre eles, não aquela coisa de amor a primeira vista, mas sim de uma química apaixonante na primeira troca de olhares, de algumas palavras ditas, na correspondência de seus sorrisos, uma rica luminosidade como se tivessem encontrado uma espécie de paraíso, grande oportunidade.
Ela estava encantadora, espontânea, linda e ele encantado, muito atencioso, entusiasmado, corpos e almas interagindo em uma ocasião rara de muita simplicidade ao ponto de ficarem em um determinado instante dançando na sala de um apartamento ao som de uma música calma, felizes, despreocupados, imersos numa emoção sublime, notável, daquela que não é possível partilhá-la com qualquer pessoa, assim, incomparável.
Então, penso que eles sempre irão lembrar desta raridade tão marcante de tantos significados, mesmo que seus caminhos venham a se separar, lembrarão deste dia, provavelmente, sentirão muitas saudades, talvez, sintam a vontade de voltar para aquela noite que se conheceram, evento emocionante, repleto de vida com os seus afetos correspondidos, portanto, parte da graça que percebo de eu não criar tantas expectativas, facilitando a possibilidade de eu ser felizmente surpreendido.