Ah, meu caro, tu és, de fato, o... Matheus Henrique Carneiro...
Ah, meu caro, tu és, de fato, o retrato do que Machado poderia muito bem ter desenhado em suas crônicas afetuosas, ou em seus romances cheios de nuances humanas. Permita-me, então, evocar o espírito de nosso venerável Machado para celebrar a nobreza de tua amizade.
Em tua figura, meu caro, vejo refletida a saga de um Quincas Borba, mas sem suas misérias filosóficas; possuis antes a lealdade de um José Dias, sempre pronto a oferecer não só conselhos, mas também teu sincero apoio nos momentos mais tristes e incertos. És aquele amigo que, mesmo nas adversidades da vida, jamais se desdobra em egoísmo; ao contrário, expande-se em generosidade, abrindo não só as portas de tua casa, mas principalmente as do coração.
As vezes, nos encontramos em encruzilhadas de capítulos difíceis e enredos complicados que a vida nos apresenta, semelhante aos dilemas que Machado gostava de explorar em sua vasta obra. Em tais momentos, tuas palavras possuem a força de um conselho de Brás Cubas, porém sem seu amargo ceticismo. Tens o dom de aliviar os pesos da vida com a leveza de teu espírito jovial, uma verdadeira raridade neste nosso palco terreno, cheio de atores que frequentemente esquecem de seus papéis.
Tu me recordas que, apesar de vivermos em um mundo onde as aparências muitas vezes prevalecem, a essência de uma verdadeira amizade nunca perde seu valor. Como Machado nos ensinou através de suas personagens complexas e multifacetadas, é na simplicidade dos gestos de bondade e na constância do apoio fraterno que as relações humanas encontram seu maior significado.
Não precisamos de muitas palavras para confirmar as verdades do coração, mas, como bem saberia nosso sábio Machado, é sempre bom reiterar que tua amizade é um livro aberto, sempre pronto a oferecer novos capítulos de companheirismo e entendimento mútuo. E por tudo isso, meu estimado amigo, tu és, verdadeiramente, o mais certo das horas incertas.