Na tapeçaria noturna, onde os ecos... Matheus Henrique Carneiro...
Na tapeçaria noturna, onde os ecos da solidão bordam silhuetas obscuras, cada fio entrelaça-se com a sombra sutil do isolamento. Caminho por corredores de pensamento, onde as paredes são adornadas com retratos de reflexão e introspecção, guardando no âmago uma melancolia elegante. O silêncio é meu companheiro constante, um confidente que escuta sem interromper, que observa sem julgar.
A solidão, essa dama enigmática, dança ao redor, seus véus sussurrantes tecendo a fria beleza de sua presença inescapável. Ela me ensina a linguagem dos não ditos, as sutilezas das pausas entre palavras, onde o verdadeiro significado muitas vezes se esconde. Em sua companhia, aprendo o valor da autocontemplação, do mergulho profundo nas águas tranquilas do próprio ser.
A sofisticação da solidão não reside na dor que pode infligir, mas na clareza que oferece, um espelho implacável revelando quem verdadeiramente somos quando despidos das distrações do mundo externo. É no reino do silêncio que as verdades mais profundas são sussurradas, onde os segredos mais guardados são revelados ao coração que sabe ouvir.
Assim, enquanto me deleito na austera elegância deste isolamento, reconheço que a solidão, com sua presença tanto austera quanto instrutiva, não é meramente um vazio a ser temido, mas um espaço sagrado de crescimento e descoberta pessoal. Com ela, sou tanto o escultor quanto a escultura, moldado pela quietude, revelado na tranquilidade de um mundo que se cala para que eu possa verdadeiramente falar.