Artificialidade. Ser real incomoda, o... Loyane Nikita
Artificialidade.
Ser real incomoda, o natural tem se tornado intolerável aos olhos daqueles que buscam a todo momento a perfeição.
Se não tem o seio farto, coloca.
Se tem barriga, tira.
Se o nariz é largo, afina.
Se o cabelo é curto, faz alongamento.
Se os dentes não são bonitos o bastante, faz faceta.
Se os próprios traços não agradam, faz harmonização fácil.
São tempos difíceis, onde o natural está entrando extinção.
Não sou contra melhorar algo no qual possa nos incomodar, ou fazer algo para realçar o que gostamos em nós.
Mas sim, sou contra essa ditadura da beleza, que faz com que essas indústrias da estética ganhem rios de dinheiro as custas da nossa insatisfação, na maior parte das vezes, inventada por eles mesmos.
Estão criando pessoas que não se aceitam como são, que nunca estão satisfeitas, tudo isso pra tentar atingir o inatingível.
Há beleza em todos os tipos de corpos, traços, cada um com sua singularidade.
Não temos que ser iguais e muito menos nos encaixar em um padrão cruel e limitante.
Precisamos mudar a maneira de nos olhar e aprender a nos apreciar sem filtro.
Nosso corpo é o nosso templo e é preciso que amemos ele.
É preciso entender que somos breves.
Estamos de passagem nesse mundo louco nos preocupando com coisas tão banais, mais vale um coração leve e um sorriso no rosto, do que o peso de não ter vivido a vida como ela merecia ser vivida.
Afinal, o que de fato importa, é o que somos por dentro.
Não o é visível aos olhos, mas a alma consegue ver.