Copiar é elogiar sem dizer Vivemos em... Sibéle Cristina Garcia

Copiar é elogiar sem dizer

Vivemos em um mundo onde as ideias circulam em velocidade impressionante. Estilos, comportamentos e pensamentos são replicados incessantemente, quase como um eco constante de inspiração. Nesse contexto, copiar alguém pode ser visto como um elogio silencioso, uma forma de dizer: “Gostei tanto do que você fez que quero fazer também.”

Quando alguém copia, está, muitas vezes, reconhecendo valor no original. É uma forma de admiração que dispensa palavras, mas deixa um rastro evidente: o reflexo do outro em si mesmo. Pode ser um estilo de vestir, uma frase dita com impacto, um jeito de resolver problemas ou até uma abordagem criativa. Copiar é, antes de tudo, uma rendição ao talento alheio.

Mas, como todo elogio, copiar tem seus limites éticos. A cópia honesta é aquela que reconhece a origem, que respeita a fonte. Não há problema em se inspirar, desde que se dê o devido crédito. Afinal, imitar não deveria apagar a originalidade, mas, sim, celebrá-la. Quando copiamos sem mencionar, roubamos o brilho do outro e o transformamos em sombra — e o elogio se perde.

Por outro lado, o medo de ser copiado também nos faz refletir sobre a nossa própria autenticidade. Quem é verdadeiramente original não se preocupa com as imitações. Uma cópia jamais será fiel à essência que a originou. É como tentar capturar a luz de uma estrela com as mãos; o brilho pode até parecer similar, mas a energia que o gerou é única.

Portanto, copiar é, de fato, uma forma de elogio — uma admiração muda que deveria vir acompanhada de um reconhecimento sincero. A beleza da criatividade humana está em transformar inspirações em novas criações, sem medo de parecer grato a quem nos inspirou. Copiar pode ser um elogio, sim, mas dizer isso em voz alta é o verdadeiro ato de grandeza.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia