Quando se convive com alguém por muito... Oaj Oluap
Quando se convive com alguém por muito tempo, há uma tendência a igualá-la ao nosso tamanho, pois nossa lente torna-se paulatinamente manchada pela intimidade e pelo conhecimento mútuo. O afeto traz à tona os conteúdos do inconsciente, ofuscando até a luz mais intensa; medimos o outro pela nossa óptica, e não pela óptica do outro. [...] O espelho nos remete ao Outro, por definição, sempre assimétrico e incompleto. O corte do estádio do espelho nos direciona ao desejo de uma posição significante na lógica do ser ou ter, defronte ao reflexo do reflexo. Nunca alcançamos o Real, "tornamo-nos, ou acreditamos na busca". E, assim, o impossível nos angustia, ou se direciona à lógica fantasma projetada sempre a outrem, julgada inconscientemente "mais ser" do que eu.