Meu desespero não é o que poderia... Gesiel Modesto
Meu desespero não é o que poderia ser,
Nem o que poderia ter sido,
Mas sim o desespero
Dos infinitos caminhos
Que posso escolher.
Alguns demasiadamente ruins,
Outros demasiadamente bons,
Mas nenhum completamente estável.
Isso define a vida:
A instabilidade que aparecerá
Quando menos se espera.
E isso nos define como humanos:
Sempre procurar sermos estáveis,
Mas ainda assim falhamos.
Pois esse é o mal da sociedade:
Um inevitável desacordo social,
Uma troca injusta do bem pelo mal.
Um mal disfarçado de egocentrismo.
E aqueles que o evitam
Tendem a ser o dobro do sonho,
Precisam ser demasiadamente menos humanos.
E sempre será o mesmo caminho para todos
Ao olhar para si no reflexo
De um espelho fragmentado.
Assim, percebo que não há
Como sermos humanos de fato,
Pois ser humano é não ser humano.