JULGADO PELO UNIVERSO By: Harley... Harley Kernner
JULGADO PELO UNIVERSO
By: Harley Kernner
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Fiquei confuso quando percebi que o sol não tinha o mesmo brilho, a lua todas as noites desapareciam depois das dez, e só tinha estrelas do lado do norte, tudo isso me deixou confuso, caí ao chão com mãos e pernas atadas, e entrei em prantos.
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Foi aí então que percebi que eu estava sendo vigiado pelos planetas, preso por suspeita de amar demais uma menina, que nem mesmo o universo tinha conhecimento da sua existência. E ali estava eu julgado pelo universo, o sol era o advogado de acusação, a lua era o promotor de justiça, implacável, até acusou-me de ter perturbado os seus cochilos nos silêncios das madrugadas, e pior que ninguém quis advogar em meu favor.
Naquele momento eu estava sendo julgado, não porque eu era o único cara, negro, e analfabeto que escrevia poesia, mas sim, por escrever poesias a um amor que ainda não tinha sequer nascido, e as minhas palavras torturavam, os seus corações, como se todo o universo fosse humano.
Mas eu sabia que não era eu que escrevia, mas sim o meu próprio coração, que as escrevia para outro coração… E o meu silêncio foi para defender o meu coração, e para não sacrificar minha alma...
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E lá estava o universo no seu momento de silêncio analisando os meus passos de poeta, para descobrir de onde eu tirei tantas palavras lindas e loucas de amor, e se eu tinha invadido o dicionário de um coração alheio, ou se era eu, filho unigênito da solidão!
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E de repente eu quebrei o silêncio em minha própria defesa, e lhes perguntei: "se eu fosse julgado culpado, qual será a minha sentença?"
E o universo, respondeu-me: "não escreverá mais poesia, não poderá mais sonhar com um amor feminino, nem senti o seu perfume, e se não obedecer, então ficará preso em seu próprio coração, mas, se for inocentado, terás uma nova oportunidade para escrever uma segunda história de amor, agora com suas próprias palavras opacas e analfabetas, e a lei do universo te apresentará uma nova versão de MARIA ALICE, e você serás tu um arquiteto de poesias, os olhos dela será como uma biblioteca de lindas palavras singulares."
E disse-me mais:" Seu rosto, será para te uma nova aliança de inspirações, sua caneta terá tinta de respeito, e não usará folhas de papéis, mas escreverás em seu próprio coração, e entregará, para ela ler cada poesias, no silêncio da sua alma." Ainda que você escreva poesias, inspiradas nas curvas do corpo de um universo repleto de inocência, e amor, ou mesmo no brilho do seu olhar, e entre os seus lábios, você nunca esqueça de respeita-lha com a menina dos olhos de Deus.
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Essa será a sua segunda história, e estará disponível na luminosidade do universo, na galeria dos simples, como o único poeta leigo, que incomodou o universo, e o mesmo julgou-o por escrever lindos verbos, desconhecidos das gramáticas universais, e conquistando elogios da única estrela diurna com brilho permanente, e luz própria, "Maria Alice, sua estrela eterna.
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Harley Kernner
Arquitetura de Poesia
Escritor Particular
Poeta Sem Livros