Tédio dos dias Dias que passam,... Samia Lourena
Tédio dos dias
Dias que passam, lentos e iguais,
Como folhas no vento, dispersas, banais.
O tédio se arrasta em silêncio profundo,
Um eco sem fim no vazio do mundo.
Olhares perdidos, cansados de ver,
As mesmas paisagens, o mesmo viver.
É a falta de cor, é o tempo parado,
Um ciclo sem sonhos, um chão estagnado.
Amanhece sem pressa, anoitece sem cor,
E o dia se estende, sem brilho, sem dor.
São horas vazias, caladas e frias,
Na longa espera de outras vias.
Por entre as paredes, murmúrios sem som,
Ecoam desejos de um novo tom.
Mas o tempo persiste, fiel ao desdém,
De trazer só promessas que nunca vêm.
Ah, quem dera uma brisa, uma voz, um sinal,
Algo que rompesse o véu habitual.
Mas enquanto isso, o tédio se expande,
Como uma sombra que nunca se esconde.