Se alguém presume viver o tempo do... Leonardo Dourado Sande
Se alguém presume viver o tempo do auge do conhecimento, reconsidere. Há muitas certezas que nada podem solucionar, e muitos problemas que testificam sobre a incapacidade de tudo a que se chama conhecimento.
Ora, quem é responsável pela nulidade do conhecimento, senão o próprio homem a quem compete manejá-lo?
O homem divaga a respeito de muitas coisas, contudo, por que razão nada lhe aproveita? O sentido e o efeito do saber e da ciência pressupõem vontade, no entanto, qual é o real ânimo dos homens, ao notarmos o fruto de tudo que realizam?
O conhecimento é usado para a morte, e esse atributo destrutivo corresponde à natureza de quem o utiliza. Neste caso, anula-se a virtude por causa da natureza dos que tomam para si as chaves da ciência.
Tudo está, em essência, morto por causa da direção que corre a humanidade. Milhões de leis, milhões de governantes, e nada refreia os conflitos, caos e injustiças.
Ora, quem é aquele que, estando doente, não lança mão do remédio adequado para sua própria cura? De igual modo, percebendo o mal se aproximar, por que não somos capazes de usar os recursos aptos em nosso favor?
De fato, todos têm um mesmo parecer, quando se afirma que o mundo está doente. E a "razao" humana" revela-se nula, quando também, a uma, todos negam culpa.
A Sabedoria e o Verdadeiro Conhecimento procedem do reconhecimento individual de nosso modo errante de pensar.
A Sabedoria não mede o outro pelo que lhe falta, antes, busca considerar aquilo que o outro possui de bom. Não é sensato desafiar tudo aquilo que não conhecemos ao julgar como certo ou errado o modo de ser de cada pessoa.
Se alguém concorda que o mundo está doente, sem incluir a si mesmo dentre os que no mundo estão, ou se faz um deus, ou é, tecnicamente, nulo.
Quem foi curado e está são, é capaz de realizar ações que gerem efeitos reais e virtuosos. Estes não julgam ou medem seus iguais pelo que lhes falta, pois reconhecem em si mesmos a infinitude de tudo quanto não possuem.
Maior é a Sabedoria do que leva em conta sua ignorância, do que aqueles que vivem a se admirar pela limitação do seu ser.