Semanas evidentes. Hoje, sem forças... Gabriel Babo
Semanas evidentes.
Hoje, sem forças me encontro
Na esperança de uma aliança.
Ainda que meu erro, minha sentença,
Seja feita de meu ser.
Nessa luta, nesse desespero,
Embora nessa linha, nesse espelho,
Esteja o meu erro,
A ausência do conforto do meu eu.
Na busca de me encontrar, me perco
Na luta de te esquecer, lhe encontro
É como se eu soubesse a resposta de tudo
Mas de nada me servisse a própria.
Como de nada, antes, me ocorresse
Algo que sei que jamais cogitaria
Tudo como um fruto de minha mente
Que fantasiada se ascendia.
Entre olhares que guardamos na memória,
E palavras que guardamos no silêncio,
Onde foi que nos perdemos?
E, nessa angústia, me derramo.
Procuro no mar às lágrimas
Um pouco de que me caiu do resto, a alma.
Já o tempo, esse estranho cúmplice,
Me leva as mágoas, e embeleza as dores
Mas nunca devolve o que já foi,
Pois não há como voltar em algo que nunca de fato existiu.
E amanhã, acordo-me
E recordo-me
Nesse erro, essa luta,
Como sempre, pois aos mares não há como se apressar
Como nunca, pois de fato apenas tenho a lidar, não sonhar.