O Peso que me Esmaga Carrego nos... 0000name
O Peso que me Esmaga
Carrego nos ombros uma cruz invisível,
O fardo de ser homem, cruel e inflexível.
Sozinho no escuro, grito em silêncio,
A dor que me consome, mas que não tem alento.
O mundo exige que eu seja de aço,
Inquebrável, mesmo que eu desmorone em pedaços.
Ser o pilar que nunca pode ruir,
Enquanto por dentro estou prestes a cair.
Meu pai, gigante que o tempo desgastou,
Trabalhou até o sangue escorrer e a carne arder,
E agora, esse fardo me esmaga o peito,
Como posso falhar com ele, e não ser perfeito?
Não posso chorar, não posso ceder,
A fratura que carrego, ninguém deve ver.
Ser homem é uma cela, de grades invisíveis,
Onde a dor é sufocada em sorrisos impossíveis.
Sinto o peso do mundo nas minhas costas,
Enquanto a alma, em silêncio, implora resposta.
O que eu sou? Quem me tornei?
Um rosto sorridente que esconde o que já chorei.
Deito-me à noite, com o corpo moído,
A mente em guerra, o coração partido.
E quando o sol nasce, volto a vestir
A máscara firme que o mundo quer ver em mim.
Sou o filho que não pode falhar,
O homem que deve sempre lutar.
E mesmo que o abismo me chame,
Sigo em frente, sufocando essa fome.
Porque ser homem, às vezes, é estar à beira
Do colapso, sem que ninguém perceba.
E o peso que me esmaga, eu seguro sozinho,
Pois fracassar seria trair meu destino.