Inveja Dormente desde sempre... Hidely Fratini
Inveja
Dormente desde sempre
Despertada pela extorsão.
Inveja...
Como?
Comigo, que sempre me senti afastada desse pecado?
Inveja de um ser com ações canalhas?
Como assim, explique-se donzela,
Expliquem-me!
Penso,
Penso,
Só faço pensar....
Não concluo nada.
As imagens de seres canalhas assombram-me.
Não me largam.
Compulso nesse quadrado de ideias sensuais mal resolvidas,
Mal formatadas.
Ideias sem práticas.
Sinto, sinto e mais sinto...
Deixada fui ao vento,
Ao léu,
Ao relento.
Fiquei a ver navios - como diz o ditado.
Chupando vento, ao invés de um pau!
Encobri-me de compromissos:
Espirituais
Trabalhistas
Familiares
Leituras e escritas
E a cama cada vez mais vazia
De união carnal.
Passei a olhar para mim e por mim.
Bastava-me, pensava!
Hoje, a luz estelar do tempo
Plantou-se em meus cabelos, nos olhos, nas coxas, na pele, na mente...
Mostrou-me um todo desconhecido, ainda.
Vazia estou... mas sem invejar nada e ninguém!
Sozinha de amores completos e íntimos.
Só com migalhas coletadas do chão do tempo!