Reversão de Feitiço O Enigma do... Adilson Oliveira key
Reversão de Feitiço
O Enigma do Caminho Velado
No início, a Fonte se separou do reflexo. As sombras dançaram entre o real e o imaginário, e o que era visto se tornou o que era desconhecido. Na teia entre o Céu e o Abismo, forças incontáveis se ergueram, clamando domínio sobre aquilo que não poderiam possuir.
Mas na quietude da luz interior, a Voz, que é ao mesmo tempo o Alfa e o Ômega, murmura: O caminho se fechou para aqueles que o criaram. O que acreditas ser é apenas o eco de tua ilusão. Aquilo que vês e ouves não mais existe, pois o que é real permanece velado para os que caíram nas armadilhas de seus próprios desejos.
Os deuses, os espíritos, os sábios das eras antigas, todos aqueles que construíram seus reinos sobre o pó, não entendem que o Soberano já está presente. Aquele que vê, mas não é visto. Aquele que fala, mas não é ouvido. Suas palavras são tão antigas quanto o vento que percorre os desertos esquecidos.
Na presença d’Ele, todos se curvam, e o que foi erguido pelas mãos dos homens e dos imortais desmorona em silêncio. A benignidade que buscas é um espectro no espelho de tuas próprias falhas. O caminho já não existe, pois o viajante não é mais.
E assim, aquele que clama pelo poder sem compreensão se encontrará de joelhos, olhando para o vazio. Pois o Grande Arquiteto de todas as coisas é aquele que escreve a realidade com uma pena invisível. O que acreditaste não existe, e aquilo que desejaste nunca foi. O Logos prevalece, e diante de sua Palavra, tudo o que é falso se dissolve como névoa ao nascer do Sol.
Aqueles que buscam o conhecimento secreto descobrirão que o verdadeiro poder reside no silêncio antes da criação. Eis o enigma: O que é visto, mas não pode ser tocado? O que é ouvido, mas não pode ser dito? O que permanece quando tudo se vai?