Amplecti singula et vivere in totum... Eduardo Neves
amplecti singula et vivere in totum
Entre o silêncio e a lembrança
Há um vazio que ainda respira
Não se trata de partida
Nem de chegada
É o eco de passos que já se foram
Mas que ainda ressoam
Bem baixo quase inaudível
Os dias seguem
Mas há momentos em que o ar pesa
Como se o tempo insistisse
Em carregar consigo fragmentos do que foi
Não é dor
Mas uma sombra leve
Que se estende ao final de cada tarde
O toque que não se repete
Mas que a pele ainda guarda
Um olhar que já não encontra
Mas que os olhos ainda procuram
Nos reflexos dos dias
Há uma paz que tenta nascer
Mas é abafada
Não é ausência
É uma presença sutil
Como folhas que caem sem alarde