VIVER ENTRE MUNDOS DIFERENTES Viver em... FRANCISCO JUVAN SALES
VIVER ENTRE MUNDOS DIFERENTES
Viver em mundos diferentes, entre sonhos, fantasias, introspecções e a realidade - é mais comezinho do que pensa a nossa vã filosofia. A coexistência de diferentes mundos na nossa vida começa cedo na infância e se estende com nossos pensamentos inquietos da juventude, dos tempos de adultos e com mais intensidade na velhice. Por serem assim, esses mais diversos casos são tratados pela ciência, pela filosofia, pelas artes e por muitos outros campos de conhecimentos.
A psicologia, através de Sigmund Freud, explora o papel dos sonhos, sugerindo que eles são uma janela para o inconsciente. Carl Jung também investigou os sonhos, mas focou nos arquétipos e no inconsciente coletivo.
A filosofia, como Platão, refletiu sobre a natureza da realidade e a distinção entre o mundo dos sentidos e o mundo das ideias. Enquanto Descartes questionou a certeza do conhecimento sensorial, propondo o famoso “Cogito, ergo sum” (Penso, logo existo).
Nas artes, Franz Kafka em “A Metamorfose” tratou de mundos surreais que coexistem com a realidade cotidiana. No cinema, filmes como “A Origem” e “Matrix” investigam a linha tênue entre sonho e realidade.
Esses diferentes campos de conhecimentos e muitos outros não menos importantes mostram que a interação entre os mundos internos e a realidade é uma parte intrínseca da experiência humana, influenciando nossas emoções, comportamentos e percepções de maneiras complexas e interconectadas.
É fato que os sonhos interferem em nossas ideias e cenários sem as limitações da lógica e da realidade. Isso pode nos levar a pensamentos mais livres e criativos, permitindo que a mente experimente novas possibilidades. No mundo dos sonhos, as emoções são intensas e as experiências vividas têm um impacto direto no nosso estado psicológico, deixando uma marca na mente e no coração.
Ser alguém que existe em outros mundos mais intensamente do que no mundo real, explorando aspectos de si mesmo – paixões paralelas que não deixam oportunidade de alguém não poder expressar na vida cotidiana uma forma de escapar das pressões e limitações do mundo real, que não se permita ser quem realmente é, sem julgamentos ou restrições, essa dualidade é desafiadora. A linha entre sonho e realidade é tênue, e se alguém não questiona o que é real e o que não é, pode ser difícil equilibrar as duas vidas, especialmente se os sonhos começam a influenciar as emoções de sua identidade, tal fator se torna empecilho para encontrar um equilíbrio entre fantasia e decisões racionais no mundo real.
Essas pessoas que pensam assim vivem uma profunda e verdadeira introspecção. Pensam e se envolvem com ideais de beleza, de sucesso e felicidade, com vidas ilusórias de imagens esculpidas, efêmeras, tangíveis com as quais estão inclinadas a conviver. Vivem de simulação, onde os signos e os símbolos substituem a realidade por representações não verdadeiras da essência das coisas, pois carecem de profundidade e significado, onde a aparência se sobrepõe à realidade, criando uma desconexão entre o ser e o parecer. Vestem seus rostos com máscaras que não mostram um ideal tangível na busca de uma vida autêntica e significativa, uma existência baseada, nas suas próprias vulnerabilidades e não na verdade e na liberdade de uma vida factível.
Assim, o confronto das ilusões de mundos diferentes projetados pela nossa mente. nos tira a profundidade da experiência humana de vivermos de acordo com nossos valores e verdades mais profundos.