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⁠A Dor Da Vida
A ânsia pela vida
Eterna é contínua
E as lutas para não
Morrer são constantes
Na ganância que domina
Seus mais
Velhos mistérios
Sempre estou
Perdendo resquícios
Para alguns
Delírios amantes
Agora que
Conquistei a sina
Dos meus mais
Novos impérios
Sou majestoso
Nesse meu
Eterno caminho
Vencendo os pesadelos
Do meu
Próprio destino
Antes da
Minha
Existência
Havia uma
Grande magia
Sem lembranças
Do que era
Sem sonhos
Sem dores
Sem alegria
Se enquanto
Eu não existia
Eu não sofria
Antes de ter
Nascido
Viverei para
Realmente esperar
A eterna Morte e me livrar
Desse sofrimento
Perdido

Jeazi Pinheiro, "A Dor Da Vida" in "Último Poema"

Inserida por JeaziPinheiro

⁠Ser Mortal
A cada tempo
Que para vivo a pensar
Sobre o tudo e o nada
E já fico observando
O que está
Nessa minha idade
Simplesmente acontecendo
 
A cada tempo
Que passa
Mais consigo desacreditar
Em certezas alheias
De que tudo está sempre acabando
Mas que sou eu
Quem na realidade
Está Eternamente Morrendo
 
Jeazi Pinheiro, "Ser Mortal" in "O Último Poema".

Inserida por JeaziPinheiro

⁠Eu existencial
 
Vivendo e aprendendo
Com a vida ensinada,
Sei um pouco de tudo...
Sou um pouco do nada...
 
Porém, em nada creio...
Nem em tudo confio...
Escrevendo, sempre anseio...
Lendo então, desconfio...
 
Vivo bem sem crença sim,
Que nem delirando estou...
Sem importar para mim
Quem ainda está... Não sou!
 
Ninguém me impõe conselhos
Sobre velhos mistérios,
A prostrar-me de joelhos
Sob novos impérios.
 
Mas, minha paz me convém,
Sem alguém ou deus algum…
Nem do mal – nem do bem...
Pois não há, no além... Nenhum!
 
Também, nem há alma
Em mim... Nem me acalma
Enfim: deuses,
Anjos ou demônios!
 
Tão bem, que me defina:
Dopamina e serotonina,
Na reação hormonal
Dos meus neurônios!
 
Apenas a Morte confina
Toda força que domina
Minha natureza sina
Eterna que me fascina!

Jeazi Pinheiro, "Eu Existencial" in "O Último Poema".

Inserida por JeaziPinheiro

⁠Conspiração
 
Conspiração da­­­
Minha mente
Demente
Vem inconsciente
Domina e me fascina
Coração de menina
Inocente
Vem ardente
Domina minha sina
 
Os meus anseios
A alguém
Os meus delírios
A além
Os meus desejos
A aquém
Os meus devaneios
A ninguém
 
 
Sanidade
Como é saudável
Tê-la
Quando não
Estou louco
Lembro-me de todos
Os problemas
 
Loucura
Como é formidável
Vivê-la
Quando não
Estou são
Esqueço-me de todos
Os dilemas
 
Jeazi Pinheiro in "O Último Poema".
 

Inserida por JeaziPinheiro

⁠Só 

Sou só
Somente
Sozinho
Solícito
Solitário
E solilóquio
Mas
Nunca
Jamais
Na solidão

Entre
O ortodoxo
E o heterodoxo
Sou um
Enigma
De uma religião
Entre
O complexo
E o perplexo
Sou um
Paradigma
De uma ilusão

Sou só
Como o sol

Tão distante
Quase um quatrilhão
De quilômetros
De outro ser
Estrelário

Sou só
Nesse corredor
Estacionário

Viajando sozinho
Nas vias deletérias
Do fim

Disputando no caminho
Meu destino
Com as bactérias
Enquanto
Meus germes
Em mim
Que tanto abomino
Entre todas
As matérias
Transam nesse
Meu corpo hospitalário

Sou amor sedentário
Como um oceano
Sou um ser imaginário
Sou tão insano

Sou só um
Ser humano

Jeazi Pinheiro, in “O Último Poema”.

Inserida por JeaziPinheiro