⁠TARDES NO MONTE DE VÉNUS Naquela... Carlos de Castro

⁠TARDES NO MONTE DE VÉNUS Naquela tarde dengosa, Dolente, Por fora quente, Por dentro ansiosa, Eram dois corpos revolvidos Nos mais loucos sentidos Da matéria v... Frase de Carlos de Castro.

⁠TARDES NO MONTE DE VÉNUS

Naquela tarde dengosa,
Dolente,
Por fora quente,
Por dentro ansiosa,
Eram dois corpos revolvidos
Nos mais loucos sentidos
Da matéria vaporosa.

Passava uma brisa de vento
Quando ele lhe acariciou
Com a mão teimosa
A vegetação sedosa
Que ela tinha espessa e negra,
No monte de vénus, gostosa
E ele, em êxtase, beijou
Como se beijasse uma rosa.

Ela tremeu, ansiosa,
E ele osculou,
Beijou,
A entrada da mina dela
Naquela configuração
Da profundidade uterina,
E com os genes atribuídos
Ao seu aparelho de vida,
Processou
E procriou
Pela primeira vez
Um ser,
Sem até saber
Como se procedia...

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 20-08-2024)