Na flor da juventude, a voz da... Lidiamara de Almeida
Na flor da juventude, a voz da professora ressoava como um oráculo, semeando sabedoria em cada enigma que proferia. O primeiro aval de 10 pontos, um símbolo etéreo da perfeição, oferecido com generosidade, estava entrelaçado ao fio do esforço e da conduta.
Esse princípio, esculpido pelo tempo, tornou-se meu farol na travessia da vida. Em cada novo capítulo, em cada encontro humano, carreguei comigo essa métrica de perfeição, outrora concedida. No início de minha jornada profissional, fui agraciado com o selo da excelência, mas sabendo que sua permanência dependia do meu zelo e dedicação.
No vasto tecido de nossas relações, um sem-número de laços reflete esse padrão de excelência. Cercamo-nos daqueles que em nossas vidas pontuam com perfeição: parceiros, amigos, confidentes – todos portadores desse título nobre.
Mas, então, a questão inquietante surge: somos nós, de fato, merecedores desse mesmo veredito? Se o reflexo do meu ser encontrasse o espelho em outra alma, aspiraria eu a permanecer em seu círculo íntimo? A severa autoavaliação se impõe, exigindo-nos não apenas sustentar, mas também merecer o pedestal dos "10" que almejamos nas relações que cultivamos.