A Covarde. Em um dia, tu me... Luisa Pavuna
A Covarde.
Em um dia, tu me indagaste:
"Serás capaz de cessar tuas falsidades?"
Emulo um embusteiro
Implacável, desumano.
Não sou uma quimera.
Reconheces-te em mim,
Um cínico, como tu chamas.
Desgosto de mim?
Foi o que murmuraste.
Odeias-me,
Pois enxergas teu reflexo em minha essência.
Clara como fractais de cristais,
Como desejas receber a veracidade?
Se, quando a revelo,
Tu não a suportas?
Foge.
Sempre assim, a covarde.
Não há conforto na verdade,
A dor é a única que encontrarás.
Então, tu finalmente compreendes,
E por isso,
Tu corre.
Corres,
Desamparada,
De um destino inexorável
Que te aguarda.