Frequentemente me lembro do peso do... Andreh Martins
Frequentemente me lembro do peso do galão de água, dos cortes e ralados que eles fazia em meus ombros, para chegar ao destino era necessário ao menos três paradas... Para ajeitar a posição, trocar de ombro ou para só descansar mesmo.
A distância entre a mina d'água e nossa casa era de aproximadamente um quarteirão em subida bem ingrime, lembro que mesmo os adultos davam umas paradinhas no caminho rsrsrs,
Por várias vezes pensei em desistir, "não vou mais levar esse balde pesado dizia eu"...
"Minhas mãos estão doendo, meus ombros estão doendo, não quero mais".
Aquele balde d'água, propunha algumas coisas lá em casa, era para lavar a louça, para cozinhar o arroz delicioso que minha mãe fazia com feijão, salada de folha de batata doce especialidade do meu pai e quando tinha, carne.
As vezes a quantidade de agua tinha que ser maior para o banho.
O bônus era maior que o ônus e nós sabíamos disso! Então meus dois irmãos mais novos e eu nunca falhamos na missão, "missão dada missão cumprida!"
Me lembro quão bom era quando minha mãe chegava e fazia pipoca, sentavamos no sofá para assistir caverna do dragão, GoGoV (gogofive) ou Jaspion eram nossos prediletos!
Infância deliciosa.
Acredite você ou não, enquanto escrevo acabei de ouvir minha mãe perguntar aos seus netos se eles querem pipoca...
Isso é fantástico!
Quando me pego pensando se devo largar o balde por estarem pesados, ou simplesmente por ser atraído pela vontade de brincar lá fora, me lembro do quanta de coisa boa que a água limpa da mina nos proporciona, então percebo que não podemos viver sem eu chegar em casa com os galões, hoje muita gente precisa dessa água, Os queridos que a mim foram entregues para eu zelar, tem muito em jogo.
Então vejo o quanto de satisfação me traz ombros ralados e mãos calejadas, percebo que o sorriso e comida a vontade em casa não tem dinheiro ou esforço que pague.