⁠Venha, venha, venha a mim, ó pilim,... Nelson Rodrigues da Costa

⁠Venha, venha, venha a mim, ó pilim, em toda a tua vil glória, cintilante e fugaz, talvez não traga felicidade, é verdade, mas nunca vi um rosto entristecer ao ... Frase de Nelson Rodrigues da Costa.

⁠Venha, venha, venha a mim, ó pilim,
em toda a tua vil glória, cintilante e fugaz,
talvez não traga felicidade, é verdade,
mas nunca vi um rosto entristecer
ao encontrar-te perdido, esquecido no chão.

Ah, doce ilusão de papel e metal,
não devemos viver sob teu jugo,
nem erigir altares em teu nome,
mas, quando vens, és bem-vindo,
como a chuva inesperada em tarde de verão.

Traz contigo o conforto, o alívio momentâneo,
não a essência da alegria, mas um suspiro,
um descanso breve na jornada.

Não te idolatro, pilim, mas acolho-te,
com a mesma simplicidade que acolhe a flor,
sabendo que, apesar de efêmero,
teu brilho pode, por um instante,
aliviar o peso do cotidiano.

Venha, venha, venha a mim, pilim,
não como senhor, mas como servo,
um convidado que chega sem aviso,
e cuja partida deixará apenas
um eco suave, uma lembrança de luz.