Do nada tudo muda Um dia você acorda... Gabriel Amorim
Do nada tudo muda
Um dia você acorda e o mundo parece o mesmo de sempre: a mesma rotina, os mesmos rostos, os mesmos lugares. Mas então, quase sem aviso, tudo começa a se transformar. As coisas que você conhecia tão bem, de repente, parecem diferentes. O café da manhã que sempre teve o mesmo gosto, de repente, tem um sabor novo, estranho, como se algo invisível tivesse mexido em sua essência.
As pessoas, ah, as pessoas! Aquele amigo de infância, sempre tão próximo, de repente parece um estranho. Aquele sorriso familiar agora parece forçado, e as conversas fluem com uma estranheza desconfortável. A vida vai redesenhando as conexões, criando novos laços e desfazendo os antigos, como uma tapeçaria sendo refeita incessantemente.
Os lugares que você amava visitar parecem ter perdido o encanto. A praça que antes era um refúgio de paz agora parece apenas um espaço vazio. As cores, os cheiros, os sons — tudo parece um pouco diferente, como se uma mão invisível tivesse ajustado ligeiramente a tonalidade do mundo.
E assim, a vida segue em seu ritmo imprevisível. De repente, aquele emprego que parecia seguro se torna instável, aquela paixão ardente esfria, os planos minuciosamente traçados se desfazem como areia ao vento. Tudo vai se transformando, se moldando a novas formas e significados. Nada permanece igual; a constante é a mudança.
No final, tudo muda. O que parecia eterno, o que parecia imutável, revela-se frágil e temporário. E talvez seja essa a verdadeira essência da vida: uma eterna metamorfose, um constante fluxo onde o novo substitui o velho, e onde a mudança é a única certeza.