Lembro-me de cada detalhe, como se... Renan Semolini
Lembro-me de cada detalhe, como se fosse ontem. "Vó Minha," eu chamava, e seu sorriso se abria como um raio de sol em meio a uma tarde nublada. Havia algo de mágico em sua presença, uma calma que envolvia a todos nós como um cobertor acolhedor em noites frias.
Suas mãos, marcadas pelo tempo e pelo trabalho, eram suaves e firmes ao mesmo tempo. Elas contavam histórias de uma vida plena, cheia de momentos simples, mas preciosos. Eu a observava preparar o café da tarde, seus movimentos precisos, e sentia o aroma inconfundível que tomava conta da casa.
"Vó Minha," era mais que um nome; era um refúgio, um lugar onde eu podia ser eu mesmo, livre de julgamentos. Ela tinha um jeito único de transformar qualquer situação em algo especial, como se tivesse a capacidade de infundir amor em tudo que fazia.
Sinto falta das suas histórias, aquelas narrativas cheias de sabedoria e humor, que só ela sabia contar. Sinto falta das suas broncas, que vinham sempre acompanhadas de um olhar terno, ensinando-me mais sobre a vida do que qualquer livro jamais poderia.
A saudade é um visitante constante desde que ela se foi. É um vazio que nunca se preenche, uma dor que se mistura com as lembranças doces que guardo com tanto carinho. Às vezes, fecho os olhos e quase posso ouvi-la, sua voz suave dizendo meu nome, trazendo de volta um pouco da paz que ela sempre soube me dar.
"Vó Minha," você se foi, mas sua presença continua viva em mim. Cada memória, cada gesto, cada palavra sua é um tesouro que guardo no coração. E assim, mesmo na ausência, você permanece, eternamente viva no meu ser, minha eterna "Vó Minha".