O medo do futuro é um espectro que... Dandara Penques Gomes
O medo do futuro é um espectro que paira sobre mim, uma sombra que se alonga com cada passo que dou em direção ao desconhecido. É uma angústia silenciosa que se infiltra nos momentos de quietude, quando minha mente está livre para vagar por caminhos escuros e incertos. O futuro é uma vastidão de possibilidades, e nem todas são benévolas. Entre elas, o abandono se destaca como um fantasma insidioso, uma possibilidade que corrói a minha paz interior.
O medo do abandono é um peso que carrego no peito, uma constante sensação de que as pessoas que amo e que me dão sentido podem, a qualquer momento, desaparecer. Esse temor me deixa à mercê de uma solidão esmagadora, uma solidão que não é apenas a ausência de companhia, mas a ausência de conexão, de entendimento, de amor. É um vazio que se instala e se expande, engolindo todas as luzes que poderiam iluminar minhas noites mais escuras.
A solidão, quando combinada com o medo do desamor, transforma-se em um abismo profundo. O desamor não é apenas a ausência de afeto, mas a presença do desinteresse, da indiferença. É olhar nos olhos de alguém que já foi tudo para mim e não encontrar reflexo, não encontrar calor, apenas um vazio frio e distante. É o toque que não aquece, a palavra que não conforta, o olhar que não encontra reciprocidade.
O medo do futuro, do abandono, da solidão e do desamor são correntes invisíveis que me prendem, me sufocam lentamente. Eles me fazem questionar a razão de continuar lutando, continuar esperando, continuar amando. Eles me roubam a coragem de sonhar, de acreditar em um amanhã melhor. Cada dia se torna uma luta contra uma escuridão interna, uma batalha silenciosa e solitária.
Nos momentos mais baixos, é difícil lembrar que já fui feliz, que já acreditei no amor e na conexão humana. O medo distorce minhas memórias, transforma o passado em um espelho distorcido e o futuro em um cenário desolador. A esperança se torna um luxo distante, uma chama quase extinta em meio ao vendaval de incertezas e angústias.
É um sofrimento constante, uma dor que lateja na alma, uma presença sombria que nunca se vai. E assim, sigo adiante, cada passo pesado, cada respiração um esforço, cada pensamento uma luta contra o desespero. Porque, no fundo, o medo do futuro, não é apenas o medo do que está por vir, mas o medo de que o presente, com todas as suas dores, nunca vá embora.