A imbecilidade do ser humano. É... Weslley Marcelo Massako...
A imbecilidade do ser humano.
É atribuído a Júlio Verne a frase: “A imbecilidade humana não tem limites.” Vejamos se podemos confrontá-lo, ou não!
Sabemos que o pensamento humano vem sendo desenvolvido através dos séculos pelo acúmulo das múltiplas experiências e saberes individuais e sociais que deparamos em nossa vida. E, é esta capacidade de pensar que embora seja muito desenvolvida nos seres humanos, incrivelmente, as vezes parece nos faltar.
Desde o nosso surgimento neste planeta azul, olhamos para os outros seres humanos com o olhar da diferença, pois, embora sejamos da mesma espécie, temos características físicas diferentes. E, a partir daí criamos categorias e fazemos classificações das mais diversas e colocamos estas pessoas que são “diferentes” de nós em uma categoria qualquer criada.
Esta classificação criada acaba gestando dentro de um pensamento coletivo raças que se julgam superiores, gêneros que se consideram dominantes e, a cada classificação criada, um novo subgrupo surge complicando ainda mais a relação entre semelhantes.
Ora, somos todos semelhantes independentemente da origem, e enquanto não enxergarmos isto, continuaremos criando classificações e estas nos distanciarão ainda mais das pessoas.
Neste ponto, pode parecer conflitante dizer que todos se assemelham apesar de ser público e notório as diferenças abismais existentes entre os seres humanos. Diferenças estas causadas pelo conhecimento, pelo desenvolvimento social e cultural, pela evolução tecnológica, pelos meios de produção e consumo, enfim. Vários são os mecanismos que fazem com que o ser humano em razão de sua posição e condição, se distancie dos outros.
Criamos uma forma de progresso e desenvolvimento que nos une e nos distancia ao mesmo tempo. Viramos refém daquilo que acreditamos ser o melhor para nós e para o todo. Somos todos ao mesmo tempo vassalos e suseranos de alguém.
Agora, isto não seria uma forma de imbecilidade?
Aqui chegamos em um outro ponto conflitante. Será a imbecilidade parceira do progresso e por consequente do nosso desenvolvimento sem envolvimento?
Ora, coisificamos tudo que há. De objetos a relações pessoais, tudo ficou raso, rápido e com sentido desfigurado. Temos tudo por objeto, já que a imbecilidade criativa supera qualquer evolução pautada na lógica do real bem-estar do ser humano.
E o progresso, mais especificamente os setores de pesquisa e desenvolvimento, entenderam rapidamente o quanto somos imbecis. E alimentam diuturnamente nossos estranhos desejos. Somos carne a ser moída pelos nossos desejos.
Há mercado para tudo neste mundo líquido, plural, multicor e, por muitos transformado em patético.
Uma infinidade de produtos que são uteis somente na memória do usuário que após adquirido perderá seu valor emocional, sendo logo substituído. Aparelhos que mal sabemos utilizar e que temos por grande valor. E segue a relação de desejos.
Se formos para o campo da vaidade humana, aí a coisa se complica mais. Somos perecíveis, frágeis e nos decompomos a cada dia, este é o retrato real de nossa caminhada pela vida. Morreremos! No entanto há uma busca desenfreada por um amanhã que se acabará em breve. Os corpos perfeitos de hoje, mantidos a treinos exaustivos e alimentação sem graça, serão amanhã caquéticos. Não quero dizer que a atividade física não seja importante para a saúde e o bem-estar, longe disso! Mas, que há um culto ao inalcançável corpo perfeito, que beira a doença, isso há.
No campo relacional nós ressignificamos a palavra egoísmo, pois quando pensamos que somos egoístas, nossas defesas internas se levantam e gritam rapidamente dizendo ser AMOR. Nunca é egoísmo, é amor. As vezes chega a ser platônico, e aprendemos em um misto de egoísmo e possessividade, que devemos a todos amar. Devemos amar nossos pais, nossos filhos, nossos maridos e esposas. Ame seus pets, suas plantas, seus cacarecos, ame a tudo e ao final não amará a ninguém. Pois colocaste tudo no mesmo nível e no mesmo nível não há distinção.
Somos sim, imbecis. Chegamos a um ponto de desenvolvimento que mal pensamos bem e acreditamos que pensamos demais. A preguiça, eterna amiga do progresso, faz com que esse processo seja mais ágil. Para que escrever uma palavra se posso enviar uma figurinha? Mas... hoje em dia quem vive sem elas? Que coisa fofa.
Somos tão imbecis que poderíamos erradicar a fome do mundo, pois produzimos mais do que consumimos. No entanto, não o fazemos e nem procuraremos fazê-lo a curto e médio prazo, pois a fome e a miséria de uns, gera o alimento na mesa de outros.
Poderia dentro de minha visão discorrer sobre os vários tipos que considero de uma imbecilidade sem fim, indo desde a veneração por alguém que chuta uma bola, até as pessoas que são veneradas por mostrar a bunda. Mas entendo, como disse anteriormente, que a imbecilidade também proporciona o desenvolvimento social, embora não possa concordar que se realmente há desenvolvimento, mas...isso é outro assunto para outra hora.
E, concordo com o Júlio.
Massako.🐢