A VOZ DO INDIZÍVEL O indizível é... FRANCISCO JUVAN SALES
A VOZ DO INDIZÍVEL
O indizível é um sentimento que fascina e desafia nossa compreensão e capacidade de comunicação. É algo que está além das palavras e da linguagem, sendo muitas vezes associado a experiências emocionais profundas através da meditação, da contemplação da natureza, da prática e da apreciação da arte como a pintura, escultura, música, poesia e muitas outras expressões com a capacidade de evocar emoções e sensações que sentimos, mas que não somos capazes de externalizá-las com toda a pungência escondida em suas entranhas.
O indizível é aquele espaço vazio da experiência vivida, quando inesperadamente nos faltam as palavras no momento em que mais necessitamos para dar vazão as nossas emoções de sentimentos profundos que nos tocam o coração, quando na ocasião fortuitamente surge aquele hiato, intervalo, vácuo, omissão, para dar o recado da história inteira. Imaginemo-nos diante de uma paisagem deslumbrante, no topo de uma montanha, onde sentimos uma profunda admiração e conexão com a natureza, quando é custoso encontrar as palavras certas para descrever essa experiência num texto escrito ou falado, essa sensação se torna algo que se apresenta além da linguagem, isto é o indizível comum ao escritor, poeta e a outros amantes do pensamento além do comum.
A expressão do indizível é mais visível quando as palavras são limitantes em nossos enlevos, arrebatamentos, espantos, êxtases e fascinações, onde o silêncio nos convida a estarmos presentes e a nos conectar com o indizível de uma maneira mais eloquente, quando nos calamos como estivéssemos anestesiados por força maior dos sentidos.
A beleza do indizível reside na capacidade de nos lembrar da vastidão e complexidade da experiência humana de que nem tudo pode ser explicado ou compreendido através da linguagem, e que a riqueza de emoções, experiências e ideias estão além das palavras, que dizem quase tudo, mas não suficientes para falar do inefável que se encontra abaixo do estrato de muitas coisas existentes, mas que não estão tão claras nas nossas comunicações, quando imprescindíveis, essenciais.
Mesmo que o indizível não possa ser totalmente expresso através das palavras, isso não significa que devemos desistir de tentar a busca pela expressão do indizível, parte essencial da experiência humana. Para isto temos à nossa disposição as figuras de linguagem, como metáforas, as alegorias, os símbolos, enfim as artes, que também são formas de comunicação não verbal e que servem para transmitir nossas mais íntimas sensações veladas, latentes, obscuras, sentidas pela nossa alma e nosso coração, quando o indizível se faz presente.
Texto inserido no meu segundo livro ainda não editado.