É noite. Da minha janela, olho,... Graça Leal
É noite.
Da minha janela, olho, naturalmente, para o céu tomado de breu.
Avisto uma única estrela.
A resistente. A guerreira.
Não me conformo de vir um céu tão bem acomodado no infinito com uma única estrela luzindo nesta pretude.
Insisto na busca por outras pontiagudas.
Vasculho lentamente, com um olhar indignado, a extensão possível de ser alcançada pelas minhas lentes naturais já tão precárias pelo tempo, dada a minha existência.
Eis que, sem forças e encobertas pelo efeito das luzes artificiais, no seu único e soberano habit natural, identifico tantas outras reluzentes que, sem o poder de reação, inundam o firmamento de pontos inibidos na ação de brilhar. Função exclusiva das mais brilhantes e encantadoras cósmicas que tanto me extasiaram na infância.
Concluo:
O homem e as suas ações daninhas à natureza. Seja no quesito clima. Seja no quesito universo. Seja, de tabela, na alma humana que, através da matéria no seu sentido denominado visão, gosta de contemplar e regressar, via a magia do infinito, ao seu verdadeiro lar.
Pobre são os humano que não alcançam a intensidade mística do mal que causam a este planeta e com consequências por todo o universo.
Quase todo mundo quer aparecer e brilhar, especialmente, nas redes sociais. Porém, ninguém, ou quase ninguém se posiciona "com coerência" entre a sua vaidade narcisista e o que prega mistica e publicitariamente, na sociedade, para os indivíduos do seu metro quadrado, ou para o globo, quando tem espaço nas mídias, em favor do planeta.
Haja involução, ilustrada nas selfies e nas falas sem efeito real.