..............Crónicas de Adonis... Adonis Silva
..............Crónicas de Adonis Silva..............
Quanto mais me lês, mais me despes
Nesse vasto céu, onde as nuvens dançam delicadamente e o sol sorri com todo o seu esplendor, há algo além de beleza. São as cordas invisíveis que se estendem por entre as estrelas, amarradas ao nosso coração, nos mantendo ligados a um sentimento que nunca experimentamos.
Como é possível sentir o céu, mesmo sem jamais tocá-lo? Essas cordas nos dizem muito sobre a essência do nosso ser, sobre nossa curiosidade e anseio por algo maior. Enquanto caminhamos na terra, nossos pensamentos se elevam como pipas, voando livremente em direção ao desconhecido.
No entanto, por vezes, essas amarras nos fazem hesitar. Elas nos puxam para baixo, nos mantendo arraigados às realidades cotidianas. São como laços invisíveis que nos mantêm seguros, mas também aprisionados.
Embora nunca tenhamos tocado esse céu imaterial, podemos senti-lo em cada fibra do nosso ser. Através das cordas que nos atravessam, somos cativados pelos infinitos sentimentos e sonhos que habitam esse vasto horizonte.
E quando a noite chega, e o céu se enche de estrelas, essas cordas brilham com uma intensidade única. Elas nos lembram que, apesar de limitados pela nossa existência terrena, há algo maior que nos conecta ao universo.
Talvez, um dia, possamos cortar essas amarras, voar além do céu imaginado. Descobrir o que está lá fora, além das nossas limitações físicas. Enquanto isso, contemplamos as cordas que nos seguram e nos inspiram diariamente.
Então, mesmo sem nunca ter sentido o céu, suas cordas e amarras nos trazem esperança e nos lembram que, apesar das dificuldades, somos livres para sonhar e alcançar o infinito. Que possamos sempre enxergar além do visível e buscar o desconhecido, guiados pelas cordas invisíveis que nos prendem a esse céu que nunca o senti.
( Adónis Silva )