Provocação da vez. Sensibilidade... Graça Leal
Provocação da vez.
Sensibilidade ocasional e senso seletivo de humanidade não levam ninguém para o paraíso.
Para não sermos convenientes, nas nossas ações nem nas nossas emoções, é preciso mais verdade e mais pureza na alma.
Nas redes socias, na solidariedade sazonal e no marketing pessoal se não tivermos um coração sincero, que convença o universo que o espírito da gente está, verdadeiramente, focado no bem comum, independentemente de quem está na condição de fragilidade e precisando do nosso arregaçar das mangas, todo esforço cênico será descartado no final.
Melhor é admitirmos que não somos capazes desta divina proeza na sua totalidade, no âmbito da transparência e da evolução, neste ambiente terreno/material. Então, sejamos menos narcisistas. Menos vaidosos, menos trambiqueiros e pratiquemos, dentro dos nossos limites, o que de mais puro somos capazes, diante de tantas provações, nesta esfera azul, pois não precisamos ser perfeitos. Esta cobrança da perfeição é indevida e, mascaradamente, funcional para os adestradores de mentes.
Basta-nos ser autênticos e esforçados, arduamente, dia após dia, sem sucumbirmos diante dos chamados constantes dos personagens que têm o poder de recrutar almas para o esgoto da existência.
A autenticidade trava a necessidade de terapia, pois tende a causar menos depressão, consequentemente nos poupa da abrigação de vivermos sob o tablado social que encanta plateias tão dependentes de terapia quanto os que sucumbem pela necessidade de serem hipócritas, fúteis, descompromissados espiritualmente e extremanente manipulados pela vaidade e pela conveniência de não precisarem ser íntegros, na plenitude das suas almas.
É lamentável, quem aborta o processo da evolução espiritual em favor, exclusivo, da manutenção do próprio narcisismo e da condição de ser um zero esquerda neste caldeirão de energias telúricas, porém com outdoor garantido, no mundo célebre ou semi-celebre ou só célebre diante de um espelho.
Se considerarmos a atuação do bem desnudo, como ferramenta em favor do todo, como uma constância social, proporcional à demanda das carências humanas descobriremos que, estatisticamente, há mais argumentos cênicos e narcisistas do que a atuação na realidade, considerando as eventuais boas intenções, com alcance efetivo, no suposto propósito de existência da espécie humana.