“Sempre gostei de eternizar pessoas... Aimê
“Sempre gostei de eternizar pessoas que passaram pela minha vida. Fiz inúmeras pinturas, rabiscos, poemas e canções. Achava que ficariam contentes, vendo que, pelo tamanho do meu amor, nunca iriam fugir de meus pensamentos, arte ou orações.
Estava errada.
Até cheguei a pensar que o problema era eu, me emocionar demais, sentir demais, amar demais.
Será que toda essa gente, alvos de minhas criações exageradas, vão embora por não saberem lidar com tanto entusiasmo? É tão perigoso assim, querer me aconchegar nas tantas memórias engarrafadas, que pulsam aqui dentro?
Não sei o que fazer.
Não vou parar de escrever, e sei que não vou parar de amar. Só tenho que achar um jeito de não transbordar demais nos outros.
Pelo o que parece, essa minha chuva interior vem queimando todos os que passam, ao invés de refrescar suavemente.
Paradoxos da vida? Acho que sim.
Que droga de coraçãodesesperado.”