Fecham-se as cortinas, o teatro... Emanoel Tiago
Fecham-se as cortinas,
o teatro dar-se em intervalo,
as máscaras são tiradas,
os personagens mudam seus figurinos
para o novo ato iniciar.
Durante esse intervalo refrescam-se
com as águas geladas assim como o coração de seus personagens,
ou diria assim como os próprios corações.
Alimentam-se do seu ego e,
finalmente, estão prontos a voltar em cena.
O espetáculo retorna para o ato final,
o coadjuvante torna-se ator principal
e começa a escrever sua própria história,
o vilão retorna com cara de inocente,
aproxima-se pacientemente para o bote dar,
a vítima está preparada,
inicia sua ação e finda-se em negação.
A atriz principal livra-se da enrascada,
o vilão fingirá que não fez nada,
o novo principal fica desarmado,
sem poder se defender,
sem poder gritar,
sem poder um socorro pedir,
então cala-se e vai dormir.
Fecham-se as cortinas,
o novo teatro é produzido às surdinas,
só noutro dia saberá como esse teatro se findará.
Mas o spoiler é "o novo ator principal ao acordar irá se vingar".