Era uma vez By Cida Vitório E... Cida vitorio
Era uma vez
By Cida Vitório
E então, essa é uma pequena história sobre a humanidade. Todo mundo um dia se escondeu atrás da humanidade para curar suas feridas, magoar, ofender ou se desculpar por algo. É incrível que ainda tem pessoas que pensam que estamos sozinhos no universo. Mas, existe uma solidão que anda rondando os seres, a solidão acompanhada, é a pior de toda a raça humana. Você pode pensar que essa é mais uma historinha sobre mimimi, mas não. Tudo começou desde a criação do mundo, não estava os primeiros habitantes da terra entediados por estarem no paraíso? Pois é. Muitos de nós sonhamos com o paraíso, um lugar que tenha muita luz, sol, muita energia boa, pássaros cantando, água de coco. Vivemos todos os dias na esperança de chegar o final de semana para curtimos o tão esperado descanso, é tão bom sentar no sofá, relaxar os pés e tomar aquela bebida preferida. Mas, tudo não é real, até chegar novos planos, e aquela ideia de conforto passa para segundo plano, não tem nada definido, tudo pode mudar de uma hora para outra, isso é ser humano. As ideias mudam, amigos mudam, a esperança pode variar de acordo com o humor, necessidades e depois tudo vira pó, nada é mais importante. As prioridades variam o tempo todo. Esse seria o tão conhecido “era uma vez”. Não tenho pretensão de erguer uma bandeira sobre todos os sentimentos que podemos ter ao longo do dia, semana ou anos, pois o tempo é o senhor de todas as emoções, não podemos controlar nada. Sempre me perguntei porque me importo, acredite que não sei ao certo, sou aleatória à tudo. Todos os dias acordo com o objetivo de fazer alguém feliz, isso é uma verdade estranha dentro de mim, mas o que consigo é me chatear cada vez mais e abrir um vazio dentro do meu peito. Se fosse chorar pelas coisas horríveis que ouço e vejo, faltariam lagrimas para tanto, mas não guardo nada dentro de mim, apenas a certeza que nada é meu, nada é infinito e nada pode mudar o que Deus tem para cada um de nós. “Deus”, adoro colocar e parafrasear sobre minha vida é quase que um evento aleatório, hoje penso algo e hoje, mesmo posso mudar de opinião e atitude. Decepções, acontece como os ponteiros dos relógios, nada é por acaso, tudo tem uma explicação bem lógica, podemos ser vencedores ou perdedores, felizes ou tristes, idiotas sábios ou até sábios idiotas, depende de quem nos enxerga e como nos vê. Erros, todos cometemos, o tempo todo, afinal a bela frase da humanidade nos isentou de grandes explicações. Continuamos servindo de cobaias para as pessoas que pensam que somos feitos para a utilidade pública, conforme nossa utilidade, somos bons ou maus para eles. Não ser sincero nas atitudes, falar meias verdades ou nenhuma nos coloca na posição sempre confortável de “humanos”, ficar em cima do muro, nunca expressar o que acha ou sente, e se alguém ousar ser diferente, pobre coitado, terá que pagar duras penas por ter expressado sua ideologia banal. Era uma vez uma humanidade que poderia ser mais feliz se soubesse cultivar a reciprocidade, colocar as vontades para todos e praticar diálogos saudáveis, era uma vez, um povo que poderia ter acreditado mais no amor e na amizade, que não precisasse ser mais politico que amigo, que não fosse obrigado as convenções sociais, era uma vez, pessoas que poderiam ser felizes, mas não são, porque acreditam que tudo é questão de egoísmo e falta de amor. Cada dia preciso me vestir com a roupa e as armaduras de Jorge, vestir as medalhas de São Bento, cobrir com o manto Sagrado de Maria, acreditar em causas impossíveis de São Judas Tadeu e ressuscitar a fé na humanidade como Jesus, para poder viver uma vida de promessas, de esperança e união. Não podemos nos esquecer que a ninguém podemos dar o direito de nos maltratar, de nos negligenciar, temos o poder de afastar e bloquear pessoas, coisas e tudo que nos inferniza ou simplesmente, podemos praticar o esquecimento e dizer que somos humanos e por isso, todos erramos. E assim, era uma vez a teoria da vida, não há uma formula certa para viver, fazer escolhas, acolhimentos, resiliências, tudo depende de como queremos viver neste mundo de faz de conta, que tudo pode ser e tudo acontece e termina com nossa capacidade de sermos mais “humanos.”