Já não espero compreensão, nem te... GIL M. FLEMING
Já não espero compreensão, nem te desperto mais no meio da noite.
Ainda lembro dos cantos escuros, das lágrimas derramadas
Sozinho, calado, para não permitir meu sofrimento, sei que desdenharias
Hoje estou em paz, aprendi viver à sua margem, independente
Encontro consolo no sorriso daqueles que de mim são parte, obra viva do meu ser
Quanto ao fogo da paixão, digo: ainda vive, incomensurável
Ávido por arder falta-lhe objeto, desespero do corpo, angústia da alma
Contido, sigo, na esperança de uma nova curva, talvez alguém na beira da estrada, acostado, à espera do que tenho em abundância.